domingo, 2 de agosto de 2009

Torniquete

Este que envolve minha garganta, este que repele minhas mais primitivas ações. Este que me salva, que me condena. Me proteja torniquete, das verdades que um impulso me faz dizer mas minha personalidade insiste em enterrar em meu âmago. Me ajude a entender de onde vem minha desconfiança, porque ela não me permite achar ouvinte para minhas dores. Me sufoque diante da minha falta de polimento. Me cative para que eu jamais te deixe ir. Torniquete, segure forte minhas tristezas, não deixe que elas se sobresaiam perante minha falsa felicidade. Aquele que constatemente sorri, é o que sofre mais intensamente nào sabes disso torniquete ? Permita-me apresentar, sou eu esta que entende perfeitamente a dor de deixar esvaecer uma oportunidade pela falta de coragem de dizer aquilo que é de suma importância. Sou eu, essa que todo mundo é um pouco, sou a trava que todos tem na garganta. A impossibilidade, o desperdício, essa sou eu. Não me deixes torniquete, sem você sou poeta, sou sincera, não sou eu. Sem você digo, aquilo que me sufoca, me reprime, sem sua força acabo por permitir que ouçam o que eu guardo em silêncio. O que eu estou fazendo aqui, onde está você torniquete ? Devolva-me o silêncio pertubador que eu sempre soube manter.

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Damien Rice ~

Cried when she sould and she laughed when she could ~