Passamos tão rápido, tão não envolvidos que nem sentimos, o outro ao nosso lado.
Hoje no mercado, eu e minha mãe estavamos comprando sopa, quando vimos uma moça no caixa, que ia pagar uma caixa de ovos, num deslise um dos ovos quebrou e assim, sujou as mãos e o vestido dela. Nesse mesmo minuto olhei para minha mãe e acenei com a cabeça, na mesma hora minha mãe pegou um frasquinho de álcool (daqueles que se tem em farmácias, para higienizar as mãos) e ofereceu a ela, ela aceitou e ficou muito feliz, disse que não esperava esse tipo de comportamento. Minha mãe então ficou surpresa, "mas por quê não ?" disse ela a moça bateu os ombros e se emocinou dizendo : "Você me fez um carinho tão bom, obrigada" as duas se abraçaram, e nesse istante a moça susurrou algo no ouvido da minha mãe. Fomos para o carro, quando eu por curiosidade perguntei, o que dizia aquele susurro, e então minha mãe disse: Ela disse apenas "Obrigada, eu acabei de perder minha mãe no sábado, e estou muito emocionada com seu ato de carinho."
Confesso ter ficado abalada, afinal em que circustâncias as pessoas a nossa volta se encontram ? Nunca saberemos se elas não deixarem os ovos cairem em suas roupas, nunca saberemos. Porque estamos tão procupados olhando para nossa própria sopa que deixamos de perceber a dúzia de ovos dos outros.
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