sexta-feira, 18 de junho de 2010

No céu vespertino


Imagino a solida infelicidade que cerca o falcão ao voar no céu vespertino, na solidão de suas asas, no peso de suas penas, na força continua do vento em seu focinho. Na descompania da imensidão azul. Desconheço a tristeza do pequeno espinho sempre rejeitado, sempre desolado, em meio a beleza de uma roseira. Em meio a sua venustidade. Imagino a desdita da borboleta que vive quase toda a sua vida para um curto momento de êxtase. Existe algo comparável a isto ? A desilusão de não ser admirada o suficiente ? Existe alguém disposto a contempla-la ? Desconheço a melancolia da ampulária que é tão solitária, tão abandonada pela incompreenção e falta de admiração. Por seu descontetamento. Existe algo como isso ? Alguém disposto a aprecia-la ? Existe tristeza essa tão pura e jacente ? Da qual nenhuma alegria tente dissipa-la ? Existe algo como isto ? Como esta tristeza ?

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Damien Rice ~

Cried when she sould and she laughed when she could ~